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Bem-Vindo à Missa Tridentina – Pelo Rev. Padre Anthony Cekada


Uma Palavra de Boas-Vindas


Se você pegou este livreto, provavelmente tem algumas perguntas sobre a Missa tradicional e a razão pela qual certos católicos a frequentam. Talvez você só tenha assistido à missa tradicional pela primeira vez. Talvez você tenha discutido a situação atual na igreja com um amigo católico que assiste à “missa latina”. Ou talvez você acabou de entrar em uma igreja onde a missa tradicional é celebrada.


Para os recém-chegados à Missa tradicional, sua língua – o latim – é sua característica mais notável. Eles também ficam impressionados com a beleza das cerimônias e com a forma como os ritos evocam imagens de eras passadas.



Além da Nostalgia


Mas as belas cerimônias latinas e a nostalgia dos “antigos tempos” não são as principais razões pelas quais mantivemos a missa tradicional. Em vez disso, nosso propósito é preservar a integridade da doutrina católica e oferecer a Deus adoração pura e reverente. A Missa em Latim tradicional alcança esse fim, acreditamos, e a Missa moderna ou “nova” não.


Esperamos que, a partir do que leia aqui, você venha a entender mais sobre os católicos que assistem à missa tradicional em latim. E oramos para que, pela graça de Deus e pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, você se torne um deles, e “permaneça firme e guarde as tradições que aprendeu…” (2 Ts 2, 14)



Duas Imagens Contrastantes



Uma imagem vale mais que mil palavras. Pergunte a si mesmo qual das duas fotos que acompanham, melhor representa o real significado da Missa Católica.


Se você concorda que a segunda imagem representa melhor o significado da Missa, você tem muito em comum com os católicos "tradicionais". As imagens mostram as mudanças radicais que ocorreram desde o início dos anos 1960. Uma imagem mostra a Missa como uma "celebração" centrada no homem. A outra mostra-o como um ato de adoração dirigido a Deus.


Existem muitas outras diferenças entre a Missa Moderna e a Missa Tradicional que são facilmente perceptíveis até mesmo para o observador mais casual.



Uma Típica Missa Moderna



Em uma típica diocese moderna, no Domingo todo o culto é realizado em português. O padre senta-se ou fica de frente para as pessoas o tempo todo, muitas vezes fazendo comentários improvisados durante o ofício. Os leigos que estão no santuário acrescentam comentários ou proclamam as leituras da Sagrada Escritura. Parte do serviço é feito à mesa. O sacrário nunca está sobre a mesa, mas atrás do sacerdote ou completamente afastado em um canto. O sinal da paz serve como ocasião para apertos de mão, emoção ou convívio. O padre dá a comunhão na mão à maioria das pessoas e é ajudado por leigos e leigas. O padre faz poucas genuflexões, se é que faz alguma.


É raro que duas celebrações da Nova Missa sejam exatamente iguais. Eles diferem de sacerdote para sacerdote e de diocese para diocese. Em muitos lugares, coisas estranhas foram incorporadas à missa: há “missas de palhaços”, “missas de marionetes”, “missas de balões” e missas que apresentam filmes, apresentações de slides, peças satíricas e música pop.




A Missa Tradicional


Compare isso com a missa tradicional em latim.


  • É celebrado na antiga e venerável língua da Igreja Católica.

  • O sacerdote está de frente para Nosso Senhor no tabernáculo o tempo todo.

  • Ele mesmo não faz comentários improvisados, mas recita exatamente as mesmas orações que os sacerdotes usam há séculos.

  • Somente o sacerdote toca a Hóstia Sagrada com as mãos.

  • As pessoas se ajoelham para a Sagrada Comunhão diante de seu Senhor e Salvador, recebendo-A apenas na língua.

  • Não há aperto de mão ou convívio em frente ao Santíssimo Sacramento.

  • As pessoas seguem a missa em silêncio e respeitosamente com missais que traduzem as palavras do padre.

  • Os gestos do padre são reverentes e contidos, e incluem numerosas genuflexões por reverência ao Santíssimo Sacramento.


Os textos e ritos da Missa tradicional em latim são os mesmos em todos os lugares e não variam de padre para padre ou de igreja para igreja. Tudo é regido por regras uniformes e muito específicas.



A Liturgia Expressa a Doutrina


Mesmo o observador casual concluiria que a Missa moderna e a Missa tradicional parecem enviar “sinais” radicalmente diferentes sobre o que a Missa é, o que ela faz e o que os presentes acreditam. O novo rito deixa a impressão de que a missa é uma refeição comum ou um serviço de instrução; o antigo rito, que é uma ação principalmente dirigida a adorar um Deus todo Santo.


Isso nos leva a um princípio que é fundamental para entender por que alguns católicos aderem à Missa tradicional: a liturgia por natureza expressa a doutrina. O Papa Pio XII falou disso em sua encíclica sobre a liturgia: “O culto que esta [a Igreja] presta a Deus é uma contínua profissão de fé católica…. Na Sagrada Liturgia fazemos explícita profissão de fé ”.


A liturgia não expressa apenas a doutrina comum; também influencia o que as pessoas acreditam. Por exemplo, orações e gestos rituais que expressam adoração da presença real de Cristo na Eucaristia reforçam e reafirmam nossa fé comum nessa doutrina. Retiradas do culto público as orações e os gestos que se referem a uma verdade particular como esta, pode-se ter certeza de que com o tempo os crentes deixarão de acreditar nela.



A Missa Tradicional e a Doutrina


Como a liturgia expressa doutrina e influencia o que as pessoas acreditam, a Igreja ao longo dos séculos protegeu cuidadosamente o texto do missal, para garantir que ele refletisse com precisão suas crenças e excluísse qualquer coisa que as comprometesse.


A Igreja Católica sempre se referiu à Missa em primeiro lugar como um "Sacrifício". É ensinamento infalível que Cristo deixou um sacrifício visível à Sua Igreja "no qual se tornou presente aquele sacrifício cruento outrora oferecido na Cruz". (Concílio de Trento)

A doutrina de que a Missa é primordialmente um sacrifício oferecido a Deus é expressa de forma bela e precisa na Missa tradicional em latim. Assim também são os ensinamentos católicos em inúmeros outros pontos, como a presença real, a natureza do sacerdócio, o purgatório, a identidade da verdadeira Igreja de Cristo e a intercessão dos santos.



Formação de Católicos Protestantes


Os protestantes também entendiam quão claramente a Missa expressava a doutrina da Igreja. Quando eles quiseram espalhar seus novos e falsos ensinamentos, eles mudaram a liturgia. No século 16, Lutero transformou os católicos em protestantes, fazendo com que os católicos adorassem a Deus como protestantes. Em uma biografia de Lutero, lemos:


Em seguida veio a reforma da liturgia, que tocou mais intimamente o homem comum porque alterou suas devoções diárias. Ele estava sendo convidado a beber o vinho [sic] no Sacramento, a tomar os elementos em suas próprias mãos, a receber a Comunhão sem confissão prévia, a ouvir as palavras da instituição [consagração] em sua própria língua e a participar extensivamente no canto sagrado. Lutero lançou as bases teóricas para as mudanças mais significativas. Seu princípio era que a missa não é um sacrifício.

(Roland Bainton, Here I Stand , Mentor ed., p. 156)


As mudanças litúrgicas tornaram-se assim um meio de subverter a fé católica e propagar uma revolução doutrinária. À primeira vista, as práticas litúrgicas que Lutero introduziu no século 16 para destruir a crença de que a Missa é sacrificial têm uma notável semelhança com as mudanças feitas na Missa desde o início dos anos 1960. Como explicar isso? E como o culto e a crença andam de mãos dadas, que princípios ou crenças estavam por trás das mudanças feitas no culto na década de 1960? Para responder a essas perguntas, temos que falar sobre o Concílio Vaticano II.



Vaticano II e Suas Reformas


O Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962 a 8 de dezembro de 1965) foi convocado pelo Papa João XXIII. Ele disse que queria "abrir as janelas" da Igreja para o mundo moderno. Ele disse que espera “atualizar” a Igreja, torná-la mais relevante para os tempos atuais e, assim, atrair mais pessoas para ela. Ele convocou os bispos católicos para que pudessem discutir mudanças radicais no culto, disciplina e doutrina católicos. Após a morte de João XXIII, o trabalho deste concílio continuou sob Paulo VI e resultou em muitas mudanças radicais. Os católicos logo se viram diante de "reformas" aplicadas a todas as fases de sua vida religiosa. Milhões de palavras foram escritas sobre essas "renovação".



Os Frutos do Vaticano II


No entanto, Nosso Senhor disse que podemos avaliar uma árvore por seus frutos – que uma árvore boa dá frutos bons e uma árvore má dá frutos maus.


Quais foram os frutos do Vaticano II? Dezenas de milhares de padres e freiras abandonaram sua vocação sagrada, as vocações sacerdotais foram abreviadas (nos EUA de 1965 a 2002, as ordenações diminuíram 72% e o número de seminaristas 90%), conventos esvaziados (no mesmo período o número de freiras docentes diminuiu em 93%), o comparecimento na missa caiu drasticamente (de 74% dos católicos americanos em 1958 para 17% em 2002), e as doutrinas e ensinamentos morais da Igreja são abertamente negados ou meticulosamente ignorados por clérigos e leigos (em 1997, 85% dos católicos americanos negaram que a contracepção artificial fosse moralmente errada; em 2000, 65% acreditavam que os católicos podem se divorciar e se casar novamente).


Obviamente, esses frutos são maus. Isso leva diretamente à conclusão de que a árvore que os produziu o Vaticano IItambém era má.



Os Princípios por Trás do Vaticano II


A "renovação" do Vaticano II produziu efeitos tão desastrosos porque se baseava em dois princípios perigosos: o ecumenismo e o modernismo.


1. Ecumenismo.

  • O ecumenismo tenta fundir o catolicismo com as religiões não católicas. Assim, doutrinas ou práticas rituais que protestantes ou outros não-católicos consideram censuráveis ​​devem ser eliminadas, minimizadas ou tornadas ambíguas.

2. Modernismo.

  • O modernismo ensina que a verdade muda de época para época e, portanto, a Igreja deve mudar também, para ser "relevante" para o mundo secular moderno. O clero modernista cortou o culto, a doutrina e a moral católicos tradicionais, filtrando-os através da filosofia relativista moderna e vários "dogmas" e "valores" seculares. Os modernistas tiram a fé de ensinamentos e práticas que o mundo moderno considera intransigentes, exclusivos, difíceis, ignorantes, fanáticos ou embaraçosos. Como consequência, a noção de verdade religiosa objetiva desaparece, a religião é reduzida a pouco mais do que emoções e símbolos, e os princípios da moralidade (se houver) tornam-se embaçados.


Foi o programa de ecumenismo e modernismo do Vaticano II que levou à criação da nova missa.



A Criação da Nova Missa


Como os conceitos e práticas desprezados pelos não-católicos e pela sociedade secular moderna estavam abundantes na missa tradicional, os inovadores da igreja pós-conciliar decidiram abandonar o antigo rito e criar uma nova missa para substituí-lo. Ela seria projetada para agradar a dois corpos de eleitores:


  • Para satisfazer os protestantes, o novo rito precisava eliminar ou minimizar o ensino católico de que a Missa é um sacrifício propiciatório (satisfatório pelo pecado), oferecido por um sacerdote ordenado, no qual Cristo se faz presente sob a aparência de pão.


  • Para aliviar o homem moderno, ele precisava abolir ou diluir ideias como inferno, penitência, punição do pecado, milagres, alma e separação do mundo. O trabalho de formulação de tal rito foi confiado a uma comissão do Vaticano chamada "Consilium".


Os participantes incluíram seis protestantes: Ronald Jasper, Massey Shepherd, Raymond George, Friedrich Kinneth, Eugene Brand e Max Thurian, representando os anglicanos, o Conselho Mundial de Igrejas, os luteranos e a comunidade ecumênica de Taizé. O bispo (futuro cardeal) William Baum disse sobre o papel deles:


“Eles [estavam] não apenas como observadores, mas também como conselheiros, e participaram plenamente das discussões sobre a renovação litúrgica católica. Não significaria muito se eles apenas ouvissem: eles também contribuíram."

(Detroit News, 27 de junho de 1967.)


O resultado final foi a promulgação da nova missa em abril de 1969.



Um Documento Revelador


Na Instrução Geral de 1969 que originalmente introduziu o texto oficial da nova missa, seus escritores apresentaram os princípios doutrinários por trás do rito que criaram. É um documento muito revelador. Aqui estão alguns pontos principais:


  • Definição de missa

A Instrução Geral refere-se à missa como “a Ceia do Senhor” —termo preferido pelos protestantes— e a define como “a sagrada assembléia ou congregação do povo de Deus reunida, presidida por um sacerdote, para celebrar a memória do Senhor”. O próprio Lutero poderia ter escrito essa definição.


O padre Luca Brandolini, que participou da criação da nova missa, disse sobre a passagem:


"Ela define [a nova missa] exatamente, começando pela assembléia".

  • Comida comunitária

A Instrução apresenta a missa principalmente como uma refeição comunitária ou comemoração, em vez de um sacrifício.


  • Presença de Cristo

A Instrução não fez menção à Presença Real de Cristo e à transubstanciação. Em vez disso, ensina que Cristo está presente na assembléia, nas leituras das Escrituras e no sacerdote, e que a "Última Ceia" está presente.


  • Papel do sacerdote

A congregação "oferece" a missa, e o padre apenas "preside". Seu papel agora é ser "o presidente da assembléia".


  • Consagração

O que no rito antigo era chamado de Consagração é chamado no novo rito “Narrativa da Instituição”. Este termo é usado pelos protestantes para significar que a Eucaristia, ao invés de ser um sacrifício, é meramente um ato de "recontar a história" da Última Ceia. Mas quando um sacerdote recita as palavras da consagração como mera narrativa, sua intenção é considerada falha e sua missa inválida – isto é, Cristo não está verdadeiramente presente e o sacrifício não ocorre.


Quando os fiéis católicos alertaram sobre como o Novo Rito promovia essas ideias perigosas, os criadores da Nova Missa tentaram encobrir seus rastros. Em 1970, eles publicaram uma segunda edição da Instrução Geral, que manteve muito da linguagem censurável, mas também introduziu alguns termos tradicionais. O Vaticano também revisou este documento em 1975 e novamente em 2001. Os conservadores saudaram cada nova versão como um "retorno à reverência" ou um "golpe de martelo de Roma", mas as revisões não foram mais eficazes do que um band-aid contra o câncer. os fundamentos do próprio rito de 1969 — ecumenista e modernista — permaneceram inalterados.


Este novo rito é o agora usado nas igrejas de todo o mundo.



Um Rito Ecumenista e Modernista


Para quem compara as orações e cerimônias da Missa em Latim tradicional com as da Missa Nova, é fácil ver como os princípios acima foram postos em prática, e quanto da doutrina tradicional da Igreja foi suprimida para apaziguar os protestantes e o homem moderno.


Aqui estão alguns exemplos:



1. Rito penitencial comum


No início da missa tradicional o sacerdote recita orações pessoais de reparação a Deus chamadas "Orações ao pé do altar". A nova missa, por outro lado, começa com um “rito penitencial” que o padre e o povo recitam juntos. Quem foram os primeiros a introduzir um rito penitencial comum? Os protestantes do século 16, que queriam promover seu ensino de que um padre não é diferente de um leigo.



2. O ofertório


As orações do ofertório da Missa tradicional contêm alusões específicas a vários ensinamentos católicos: que a Missa é oferecida a Deus para satisfazer o pecado, que os santos devem ser honrados, etc. Os protestantes descartaram esses ensinamentos e aboliram as orações do ofertório. Lutero disse:

"Aquela abominação chamada ofertório, ponto de onde quase tudo cheira a oblação!"

Na nova Missa, o ofertório desapareceu – foi substituído por uma cerimônia chamada “Apresentação dos Dons”. Orações ofensivas aos protestantes também foram removidas. Em seu lugar está a imprecisa oração "Bendito és Tu, Senhor Deus do Universo", baseada em uma oração judaica antes das refeições.



3. A oração eucarística


A Missa tradicional tem apenas uma “Oração Eucarística”: o cânon romano. Esta oração antiga e venerável era um alvo favorito das diatribes protestantes. Em vez de um único cânon, a Nova Missa tem onze orações eucarísticas – todas, exceto a primeira, recém composta, incluindo três para crianças escritas em jargão teológico infantil. Todas as orações eucarísticas agora incorporam algumas práticas protestantes típicas: são recitadas em voz alta e não silenciosamente e têm uma "narrativa institucional" em vez de uma consagração. Os vários sinais de respeito para com o Senhor presentes no Santíssimo Sacramento (genuflexões, sinais da cruz, sinos, incensos, etc.) foram reduzidos, facultativos ou eliminados.



4. Comunhão na mão


O protestante do século XVI, Martin Bucer, condenou a prática da Igreja de colocar a hóstia na língua do comungante como: “algo introduzido por uma dupla superstição; primeiro, a falsa honra que desejam mostrar por este sacramento e, em segundo lugar, a arrogância astuta dos sacerdotes que reivindicam maior santidade do que o povo de Cristo em virtude do óleo da consagração”.


Assim, a base para a prática protestante da comunhão na mão é uma rejeição da presença real de Cristo e da noção de um sacerdócio sacrificial.


A introdução da prática na nova missa – um rito em que Cristo está “presente” na assembléia e o padre é apenas “presidente” – denota uma rejeição semelhante das doutrinas católicas. Mas os homens que criaram a nova missa foram além dos protestantes: um membro do laicato pode não apenas receber a comunhão na mão, mas também distribuí-la – e pode ser uma mulher de short ou minissaia.


O simbolismo da comunhão na mão também atrai o homem contemporâneo. Ele gosta de acreditar que é “autônomo, adulto” e não subjugado a ninguém – noções completamente opostas ao simbolismo da prática tradicional.



5. A veneração dos santos


As orações da missa tradicional frequentemente invocam os santos pelo nome e imploram sua intercessão. A veneração dos santos pela igreja em seu culto tem sido outra prática que os protestantes rejeitaram como "superstição". A Ordem da Missa descartou a maioria das invocações de santos pelo nome, ou as tornou opcionais. Além disso, no novo missal, as orações dos dias da semana para as festas dos santos (a maioria das quais também são opcionais) foram reescritas para o benefício dos protestantes - desapareceram as alusões a noções como os méritos dos santos, o triunfo da fé católica, a Igreja Católica como a verdadeira Igreja, os males da heresia e a conversão dos não-católicos.



6. Os fiéis difuntos


O católico sabe que deve rezar pelo descanso da alma de um falecido. Essa crença católica é refletida nas Orações pelos Mortos na Missa tradicional – “Sê misericordioso, ó Deus, com a alma de NN”, etc. Os protestantes rejeitam o ensino de que podemos orar pela alma de uma pessoa falecida, e os modernistas rejeitam as doutrinas tradicionais sobre o purgatório e a alma.


A nova missa contém 114 Orações pelos Mortos. Em todas, exceto em duas delas, a palavra 'alma' foi omitida. Um descuido? O padre Henry Ashworth, que ajudou a compor a nova missa, afirmou em 1970 que as omissões foram intencionais.



7. Teologia "negativa"


O homem moderno não se sente à vontade com o lado "duro" da religião católica, e os teólogos pós-conciliares tiveram o cuidado de descartá-lo. É por isso que os criadores da Nova Missa sistematicamente suprimiram das orações da Nova Missa conceitos como inferno, julgamento divino, a ira de Deus, a punição pelo pecado, o mal do pecado como o mal supremo e o mal do mundo. (Pergunte a si mesmo quando foi a última vez que você ouviu essas noções mencionadas na Missa moderna.)


8. As palavras de Nosso Senhor


Quando Nosso Senhor instituiu a Eucaristia na Última Ceia, Ele disse que Seu Sangue seria derramado "por vós e por muitos". É exatamente isso que dizem as palavras latinas da Consagração na Missa tradicional.


No entanto, nas traduções da Nova Missa aprovadas pelo Vaticano para as principais línguas ocidentais, a palavra "muitos" desapareceu por quase quarenta anos. Em inglês, alemão, italiano, português e espanhol, por exemplo, foi substituído por “todos” – uma tradução das palavras de consagração que nunca havia aparecido em nenhum rito eucarístico na história do cristianismo.


A justificativa teórica dada para a mudança foram os escritos de Joachim Jeremías – um modernista e protestante alemão. O verdadeiro objetivo da tradução fraudulenta, no entanto, era pintar Nosso Salvador como o primeiro ecumenista que salvará "todos", creiam no que crerem.


Em 2006, o Vaticano ordenou que as conferências episcopais nacionais restaurassem a frase "para muitos". Mas a natureza modernista e ecumenista de todo o rito que a envolve permanece a mesma.



Irreverência e Sacrilégio


Além de promover a falsa doutrina, a nova missa é um sacrilégio. Um sacrilégio é um ato ou omissão que diminui a sacralidade de algo sagrado. Considere como as práticas da Nova Missa insultam e humilham a sacralidade da Eucaristia. As próprias palavras de Cristo para a consagração do Preciosíssimo Sangue foram falsificadas.


É oficialmente aprovada comunhão na mão, pela qual as hóstias são colocadas em mãos não consagradas.


Homens e mulheres não ordenados distribuem a comunhão. São usados ​​pães de comunhão que se desfazem e partículas caem no chão.


As pessoas informalmente colocam a hóstia na boca como se fosse um canapé.


Quando as hóstias caem, ninguém se preocupa em purificar o chão de partículas. Uma sessão de aperto de mão ocorre quando as pessoas deveriam estar se preparando silenciosamente para a comunhão.


Os sacerdotes não purificam mais os dedos depois de manusear a hóstia.


Ajoelhar-se para a comunhão é abolido em quase toda parte.


Todos agora vão à comunhão, mas quase ninguém agora vai se confessar.


Além disso, há a atmosfera geral de irreverência na maioria das igrejas onde a nova missa é celebrada, o que transmite a ideia de que o que realmente está acontecendo não é particularmente santo ou sagrado.


As pessoas conversam na igreja antes e depois da missa. A maneira de falar do padre é intencionalmente popular e informal. Às vezes o padre se comporta como um comediante que tem o papel principal em um espetáculo amador. Os leigos se vestem casualmente, como fariam para fazer compras ou recreação, ou até mesmo sem modéstia em roupas justas ou reveladoras. A música, muitas vezes acompanhada por guitarras, piano e percussão, tem um tom secular ou popular. No interior as igrejas estão despojadas de estátuas e símbolos sagrados, e permanecem dando um aspecto não mais “sagrado” do que um terminal de aeroporto.


Tudo isso transmite uma ideia: a missa e a presença real de Cristo “não são grande coisa”.


Como tal, a nova missa degrada o ato mais sacrossanto que existe nesta Terra – a renovação incruenta do sacrifício da Cruz – e insulta o Corpo, Sangue, Alma e Divindade d'Aquele que conquistou nossa Redenção.


A nova missa é, portanto, gravemente sacrílega. O fato de incontáveis ​​católicos de boa vontade terem sido induzidos a aceitá-la sem questionar, testemunha a diabólica engenhosidade de seus criadores, que fizeram uma revolução doutrinal sob a falsa bandeira da obediência.



Os Frutos: A Perda de Fé


A liturgia, por sua natureza, como observamos, afeta as crenças de quem dela participa. Os frutos da nova missa, então, não deveriam ser surpreendentes. Os católicos deixaram de acreditar no artigo central de fé do ensino católico sobre a Missa – que o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo por transubstanciação.


Em uma pesquisa do New York Times/CBS News (abril de 1994), os católicos americanos foram questionados se o pão e o vinho na missa:


(a) “se transformavam no Corpo e Sangue de Cristo” (a doutrina tradicional), ou

(b) “eram lembranças simbólicas de Cristo” – a posição protestante clássica.


Na faixa etária de 18 a 44 anos, 70% dos católicos disseram que o pão e o vinho eram apenas lembranças simbólicas de Cristo. Na faixa etária de 45 a 64 anos, 58% também disseram "lembranças simbólicas", enquanto apenas 38% optaram pela doutrina tradicional. Mesmo no grupo com 65 anos ou mais, 45% optaram pelas “lembranças simbólicas”, e uma ínfima maioria (51%) optou pela doutrina tradicional.


Em épocas passadas, os mártires católicos preferiram morrer a dizer que a presença de Cristo na Eucaristia nada mais era do que uma lembrança simbólica. Agora, as crenças do católico comum sobre a Eucaristia são indistinguíveis das de um luterano, presbiteriano ou metodista.


A principal causa desta corrupção das crenças dos fiéis na Eucaristia é a nova missa. Eles foram expostos a seus erros doutrinários e práticas sacrílegas todas as semanas por décadas. Eles receberam a mensagem da nova missa – e perderam a fé.



Consequências Práticas


À luz do exposto, deve ser fácil entender por que certos católicos não querem nada com a Nova Missa e querem assistir exclusivamente à Missa tradicional em latim.


A Missa Tradicional é fiel às doutrinas que a Igreja tem consistentemente sustentado e proclamado – enquanto a Nova Missa dilui ou oblitera essas doutrinas para agradar os não-católicos. A Missa tradicional trata o Santíssimo Sacramento com a maior reverência, enquanto a Missa Nova trata a hóstia como pão comum. A missa tradicional é católica e enraizada na tradição apostólica – enquanto a nova missa é protestante, modernista e corrompe a fé.


A atitude prática que o católico deve tomar em relação à Missa Nova pode ser resumida em duas palavras: fique longe.


Se isso soa surpreendente ou radical, considere o seguinte: o objetivo principal da Missa é honrar e adorar a Deus. Um rito que compromete as doutrinas de Sua Igreja, faz passar o engano como verdade, falsifica as palavras de Seu Filho, maltrata o Corpo de Seu Filho, corrompe a fé e está imbuído de protestantismo e modernismo, não pode honrar a Deus. Tudo o que se pode fazer é desonrá-Lo.


Obviamente, nenhum católico quer desonrar a Deus. Por esta razão, os católicos que descartam os erros da Nova Missa e do Vaticano II preferem não ir à igreja no domingo se não houver missa tradicional disponível para eles. Em vez de ofender a Deus participando de um serviço que O desonra, eles (como os católicos na Inglaterra do século 16, quando as mudanças litúrgicas protestantes foram introduzidas) preferem ficar em casa, ler seus missais e unir-se espiritualmente com as verdadeiras missas que naquele momento estão sendo ditas em todo o mundo.



As Missas Tradicionais “aprovadas”


A partir de 1969, os católicos que deixaram de lado os erros do Vaticano II e da Nova Missa mantiveram viva a Missa tradicional. Desde 1988, no entanto, a hierarquia modernista vem tentando conquistar esses católicos para a causa da religião do Vaticano II, permitindo missas tradicionais "aprovadas" (popularmente chamadas de missas de "indulto") e organizações sancionadoras como a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) para celebrar essas missas.


Por causa de missas de indulto e grupos como o FSSP, mais católicos presenciaram a missa tradicional, muitos talvez pela primeira vez em suas vidas. Isso certamente tem um lado positivo.


Mas esse fenômeno também apresenta sérios problemas. Em uma missa de indulto, na comunhão podem ser distribuídas do sacrário hóstias duvidosamente consagradas antes em uma nova missa. O padre da FSSP ou da diocese local que celebra a missa de indulto é muitas vezes ordenado de forma duvidosa – porque ele ou o bispo que o ordenou recebeu ordens sacerdotais de acordo com os duvidosos ritos pós-conciliares do Vaticano (Saiba mais sobre o Novo Rito de Consagração Episcopal). As hóstias consagradas numa missa de indulto podem ser colocadas no sacrário e depois distribuídas sacrílegamente na mão numa celebração da nova missa.


Missas de indulto e grupos como o FSSP neutralizam e comprometem a resistência ao Vaticano II e à nova missa. É justamente por isso que eles recebem a aprovação oficial. O conjunto de diretrizes do Vaticano emitidas em 1991 exige que os padres que celebram missas de indulto preguem e ensinem a adesão às mudanças do Vaticano II, bem como enfatizem "seu reconhecimento do valor doutrinal e jurídico da liturgia revisada após o Concílio Vaticano II ." Um documento do Vaticano de 1999 exorta os padres da FSSP a concelebrar a nova missa com os bispos diocesanos "para facilitar essa comunhão eclesial".


Assim, o indulto e os padres do FSSP são por definição homens vendidos. A aprovação da hierarquia modernista compra seu silêncio sobre os erros do Vaticano II e o mal da Nova Missa, e eles se tornam (talvez inadvertidamente) uma mera ala de direita ritualística na super-igreja ecumenista mundial. Isso serve bem aos propósitos dos modernistas. A resistência à nova missa e o apego à missa tradicional podem, assim, ser representados como pura nostalgia, estética, inclinação para o velho, preferência ou sentimentos calorosos, como evidenciado em uma entrevista de 2004 com o cardeal Castrillón Hoyos, chefe da comissão do Vaticano que regula as missas de indulto. Essas missas, disse ele, fazem parte de "uma grande variedade de dons" da Igreja, em que a missa tradicional e a nova missa "proclamam a mesma fé católica, com diferentes ênfases e expressões legítimas, em pleno e recíproco respeito fraterno".


Assim, junto com a nova missa, as liturgias infantis, as coroinhas e a comunhão na mão, a "missa em latim" acaba sendo apenas mais uma opção na mesa de bufê pós-conciliar, onde todos os pratos devem ser tratados como igualmente bons, e onde a escolha pessoal é uma mera questão de gosto.



Cumprimento da Obrigação Dominical


O clero moderno às vezes alega que assistir a uma Missa tradicional em latim em uma igreja não aprovada pela diocese não cumpre a obrigação dominical ou é um pecado.


Implícita em tal afirmação está a noção de que um católico é de alguma forma obrigado a ir à nova missa. Isso é um engano. A primeira obrigação do católico é honrar a Deus e salvar sua alma. Ninguém pode legitimamente obrigar-vos a assistir a uma missa que desonra a Deus pela sua irreverência e põe em perigo a salvação das almas ao subverter a fé católica.


Em relação ao pecado, quem frequenta a Nova Missa há algum tempo percebeu que o clero moderno simplesmente conseguiu se livrar da ideia de pecado. Se ir à Missa tradicional é pecado, provavelmente é o único em que o clero pós-conciliar ainda acredita.


Ironicamente, os pronunciamentos do clero moderno sobre a obrigação dominical são contrariados por seu próprio Código de Direito Canônico liberalizado. O código de 1983 diz que a obrigação dominical "é satisfeita pela participação em uma missa celebrada em qualquer lugar de um rito católico" (Cânon 1248.1). Obviamente, ninguém teria dificuldade em qualificar uma missa que a Igreja celebrou durante séculos como um rito católico.


Nossa situação hoje é semelhante à dos católicos na Inglaterra do século XVI. Naqueles dias, quase todos os bispos e padres adotaram novas doutrinas – o protestantismo – e tentaram impor uma nova missa cismática aos fiéis. Os católicos ignoraram as leis e os pronunciamentos dos inovadores que os ordenavam a cumprir sua obrigação dominical no que era de fato um serviço não católico. Em vez disso, os bons católicos procuravam sacerdotes fiéis para lhes proporcionar uma verdadeira missa católica e uma sã doutrina católica.


Assim também é em nossos dias. Nossas igrejas e catedrais são ocupadas por um clero que promove a falsa doutrina e uma forma de adoração não católica. Como os católicos da Inglaterra do século 16, não tens obrigação de seguir as ordens de um clero que desertou publicamente da fé. No entanto, visto que, sob a lei divina, temos o direito e a obrigação da sã doutrina e adoração pura, podemos e devemos recorrer aos fiéis sacerdotes católicos para nos fornecer o que precisamos para salvar nossas almas.



Um Convite


Desde o Vaticano II, católicos de todo o país se uniram para preservar os sacramentos e a Missa Tradicional. Em certas áreas, os católicos tradicionais compraram e forneceram esplêndidas igrejas para dar um lar ao seu Dono e Senhor. Em outras áreas, o Santo Sacrifício da Missa é oferecido em quartos alugados, assim como a primeira Missa - a Última Ceia - foi oferecida em um quarto alugado. Em ambos os casos, é a Missa que importa, e é a Missa na qual – como dizia São Leonardo – o sol nasce e se põe.


Se o que dissemos aqui deixou você com o desejo de assistir à Missa tradicional em latim, convidamos você a se juntar a nós na próxima vez que a Missa for celebrada.


É necessário que o que se diz aqui não vá além de uma breve exposição da posição dos católicos "que são firmes e mantêm as tradições". Por esta razão, convidamos você a aprofundar o tema através da leitura e estudo. Há uma infinidade de publicações e livros tradicionais que oferecem uma explicação e defesa de nossa posição.


Finalmente, convidamos você a rezar e buscar a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria e dos santos. Que lhe seja concedida a graça de ser fiel à única e verdadeira Fé até a morte.


 

Traduzido do Espanhol - Fonte: La Misa en Latín




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